Em um dos maiores clássicos do país, Cruz-Maltino e Raposa vivem outra realidade. Clubes tentam se reerguer diante dos problemas financeiros e voltar à elite do futebol brasileiro
Dois dos clubes mais tradicionais do futebol brasileiro, Vasco e Cruzeiro têm uma rica história de conquistas, ídolos e torcidas apaixonadas. Atualmente, ambos vivem uma outra realidade, e tentam se reerguer diante dos problemas financeiros e de uma competitiva Série B. No Mineirão, às 21h30, as equipes se enfrentam pela sexta rodada da competição e necessitam da vitória para dar um salto na tabela.
Na classificação, o Cruz-Maltino ocupa a décima colocação com sete pontos e uma vitória por dois gols de diferença pode colocar o time no G4. O técnico Marcelo Cabo tenta encontrar o equilíbrio e a regularidade para a sequência da temporada. Ele não poderá contar com o volante Romulo e o goleiro Vanderlei, ambos com Covid-19, assim como o lateral Léo Matos, com edema na coxa, e o volante Michel, que será poupado.
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– Estudamos bastante o Cruzeiro. O professor Marcelo conversou com a gente nos últimos dias e nos passou a estratégia. O Cruzeiro é um grande time, além disso sabemos da dificuldade do campeonato, com vários jogos truncados. É um adversário que trocou de treinador tem pouco tempo, que joga mais com a bola, então temos que ter frieza e tranquilidade para irmos até lá buscar os três pontos – afirmou o lateral Zeca ao site oficial do clube.
Diante de um rival tradicional, que está na zona de rebaixamento no momento, o Vasco tem a tarefa de repetir o desempenho de sua defesa. Contra o CRB, as mudanças na ideia de jogo surtiram efeito e o sistema defensivo ficou menos exposto. Mas agora o teste será fora de casa contra a Raposa, que é sempre um adversário perigoso, apesar da realidade que vive. O lateral Zeca destacou os efeitos da liderança de Leandro Castan ,que retornou à equipe titular.
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– Essa vitória sobre o CRB foi muito importante para nós. Conversamos sobre essas partidas em casa na semana passada. É fundamental somarmos o número máximo de pontos em São Januário. Ficamos muito felizes também por não termos sofrido gols. Isso é fruto do nosso trabalho diário. Temos treinado muito bola parada e posicionamento, com o objetivo de impedir que os adversários marquem – declarou o camisa 37, e acrescentou.
– Eu costumo até brincar com o Castan. Fico dizendo que ele sabe como liderar um grupo, por isso é o capitão do nosso time e tem o respeito de todos. Sabe a hora de colocar palavras, fazer uma falta, conversar com o juiz. É muito importante a presença dele em campo. Fico feliz com a volta dele. O importante é que ele voltou com saúde, bem e sem dor – complementou o jogador.
Raposa x Almirante: o centésimo confronto de uma rica história
O duelo desta quinta-feira será marcante para a história de ambos os clubes. Será o centésimo confronto entre Cruzeiro e Vasco, que fizeram a final do Campeonato Brasileiro de 1974, e o Cruz-Maltino levou a melhor. Ambos são tetracampeões brasileiros e colecionam troféus entre Copas do Brasil, Libertadores, Mercosul, estaduais e sul-americanos. Duas camisas pesadas, que buscam se reerguer e voltar à elite do futebol brasileiro.
Em 99 jogos, os mineiros venceram 36, com 32 empates, e 31 triunfos dos cariocas. O time celeste fez 148 gols contra 127 do Gigante da Colina. Vale destacar que o primeiro duelo entre as equipes foi no dia 30 de outubro de 1927 (amistoso) no estádio do Barro Preto, em Belo Horizonte. No entanto, a primeira partida oficial aconteceu em 1967, no empate por 1 a 1 pelo Brasileiro (Taça Roberto Gomes Pedrosa).
Além do título vascaíno de 74, a equipe da Cruz de Malta também levou a melhor na Libertadores 1998. Pelas oitavas de finais, os cariocas venceram em São Januário por 2 a 1 e empataram sem gols no Mineirão. Meses depois, o Cruz-Maltino levantaria a taça sul-americana. No Brasileirão 2000 (Copa João Havelange), o Vasco eliminou o Cruzeiro na semifinal e foi campeão diante do São Caetano.
Por outro lado, em três dos seis títulos celestes da Copa do Brasil, o Vasco esteve no caminho dos mineiros. Nas campanhas de 1993 (semifinais),1996 (oitavas) e 2003 (quartas), o Cruzeiro eliminou os cariocas e beliscou a taça da competição. Na Seletiva para a Libertadores em 1999, os mineiros também levaram a melhor, assim como na semifinal da Copa do Brasil 1998, ficando com o vice para o Palmeiras na decisão
Fonte: Lance