Trinta e dois suspeitos detidos, dois adolescentes apreendidos, cinco armas — sendo um simulacro —, 31 munições, R$ 19.515,00 em espécie, uma máquina para contagem de dinheiro, cerca de 12 kg de entorpecentes, material para embalo da droga, cinco balanças de precisão, quatro cadernetas de contabilidade do tráfico, 12 celulares e cinco rádios comunicadores.
Esse foi o resultado de uma operação policial coordenada pelo Departamento Especializado de Investigação Criminal (DEIC), apresentado durante coletiva de imprensa, nessa quarta-feira (02), no Gabinete de Gestão Integrada da Sesp, em Vitória. A ação visou cumprir 43 mandados de prisão temporária e 62 mandados de busca e apreensão de suspeitos ligados ao Bairro da Penha. Ao todo 360 policiais civis e militarem, com 90 viaturas, foram empregados na operação Leviatã II, realizada nos municípios de Vitória, Serra e Aracruz.
Os mandados de prisão eram referentes às investigações de ataques que ocorreram a uma empresa que fornece alimentos para os presídios, em Cariacica; a um coletivo, incendiado em Nova Almeida, na Serra em fevereiro deste ano; ao veículo incendiado da reportagem de uma rede de televisão, em maio; além do incêndio a residências no morro da Piedade, em junho.
O secretário da Segurança Pública e Defesa Social, Roberto Sá, explicou que essa ação visa reprimir uma organização criminosa que acreditava que sairia impune como os atos bárbaros. “Essa ação é mais uma de tantas outras que estamos fazendo e outras que estão em planejamento. O nosso compromisso é enfrentar essa organização, utilizando sempre estratégia e inteligência para desarmá-la”, avaliou.
O delegado-geral da Polícia Civil, José Darcy Arruda, avaliou a ação como um forte golpe no tráfico de drogas e na cadeia do crime organizado. “Essa Operação mostra uma cadeia hierárquica do crime, onde nos prendemos desde a pessoa que emite sons para evitar que a Polícia chegue, até o contador do tráfico. A partir de todo o material apreendido durante esta operação, fará um grande levantamento na intenção de identificar outros suspeitos e de identificar crimes”, explicou.
O chefe da Divisão Especializada de Repressão aos Crimes Contra o Patrimônio (DRCCP), Rafael Correa explicou o impacto que a Operação Leviatã II visava. “Essa Operação visa gerar um impacto na diminuição da criminalidade, uma maior segurança para a população capixaba e fazer com que a lei criminal seja cumprida e que esses suspeitos sejam presos, processados e condenados”, ponderou.
Prisões
Dos 32 suspeitos detidos, as prisões que se destacaram foram de José Renato Pimentel Júnior, de 23 anos, irmão de Fernando Pimenta, o Marujo, que é líder da associação criminosa no bairro da Penha. José foi encontrado armado, e contra ele há ainda um mandado de prisão por homicídio.
Gabriel Gonçalves, 29 anos, que é suspeito de ter participado diretamente do incêndio a um ônibus em fevereiro deste ano, em Nova Almeida, em Serra. Ele estaria na cena do crime.
Natan Lino Pereira Barros, 18 anos, a terceira grande prisão. Ele é suspeito de ser um dos seguranças de Geovani Andrade Bento, o Vaninho, 24, um dos chefes do tráfico no bairro da Penha, em Vitória.
Leviatã I
A primeira fase da operação Leviatã que aconteceu no mês de junho, resultou em sete suspeitos detidos e um adolescente apreendido, cerca de 50kg de entorpecentes, sete armas, entre elas, um fuzil calibre 556, 855 munições, 14 balanças de precisão, 66 aparelhos celulares, quatro bombas de fabricação caseira e R$2.375,00, em espécie.
O resultado foi apresentado em coletiva de imprensa, do dia 11 de junho, conduzida pelo secretário da Sesp, Roberto Sá, acompanhado do delegado-geral da Polícia Civil, delegado José Darcy Arruda, no auditório da Chefatura de Polícia, em Vitória.
A operação do Departamento Especializado de Investigação Criminal (DEIC), contou com apoio da Polícia Militar, visou cumprir 29 mandados de busca e apreensão de pessoas suspeitas de armazenar armas, munições, drogas e até bombas de fabricação caseira para traficantes do bairro da Penha. Os mandados foram cumpridos nos municípios de Vitória, Serra, Cariacica e Viana.
Operação Leviatã
A operação faz referência ao livro Leviatã, do filósofo político Thomas Hobbes. De acordo com ele, só existe um poder constituído, o Estado. E esse poder constituído deve se opor a qualquer outro que venha tentar se estabelecer.