Quarenta e oito policiais civis, 15 viaturas, nove mandados de busca e apreensão, 22 prisões realizadas. Os números são da Operação Maria’s 6, deflagrada, nessa quarta-feira (27), pela Divisão Especializada de Atendimento à Mulher (Div-DEAM). Todas as prisões foram realizadas em cumprimento de mandados de prisão, fruto do trabalho de investigação realizado pelas diversas Delegacias Especializadas de Atendimento à Mulher (Deams) do Estado.

“Isso é fruto de um trabalho árduo da Polícia Civil do Estado do Espírito Santo, da nossa Divisão e de toda uma rede de proteção e atendimento à mulher, com poder Judiciário, Ministério Público, defensorias e prefeituras. Esse trabalho integrado é de extrema importância para que as mulheres tenham ciência dos seus direitos, busquem as delegacias e denunciem. E a nossa Divisão vai estar trabalhando com todo o rigor”, afirmou a chefe da Div-DEAM, delegada Claudia Dematté.

As prisões ocorreram em 12 municípios da Região Metropolitana e do interior do Estado. Foram seis mandados de prisão cumpridos em Cariacica, três em Linhares, dois em Vitória, dois na Serra e dois em Guaçuí. Viana, São Mateus, Aracruz, Venda Nova do Imigrante, Guarapari, Colatina e Vila Velha tiveram uma prisão cada.

Os mandados de prisão foram motivados, principalmente, por descumprimento de medida protetiva. Também houve prisões por estupro, ameaça e lesão corporal. Os policiais também cumpriram nove mandados de busca e apreensão, em que foram recolhidos de um revólver calibre 22, munições e outros itens.

“Esta é a sexta Operação Maria’s realizada pela PCES, operação em que nós agimos de forma repressiva, mas também, com fruto no preventivo. Tiramos de circulação homens que têm prisão preventiva decretada, evitando que eles venham a cometer homicídios. Esse trabalho é muito importante”, declarou o delegado chefe da Polícia Civil, José Darcy Arruda.

Resultados

Com a sexta fase, a Operação Maria’s totaliza 301 prisões por cumprimento de mandados. “O sucesso das ações levou Polícias Civis de outros estados a reproduzirem o método, de forma que a Operação Maria’s, atualmente, compõe a grade do Conselho Nacional de Chefes de Polícia”, explicou Arruda.

A operação ocorreu concomitantemente, em diversos estados do País e a data foi escolhida por um motivo especial, já que em 25 de novembro é lembrado o Dia Internacional pela Não Violência Contra a Mulher, criado com o objetivo de expandir e aprofundar o debate sobre a violência contra as mulheres. Além disso, iniciam-se os 16 Dias de Ativismo contra a Violência de Gênero, que é uma campanha internacional de combate à violência contra mulheres em todo o mundo.

“Infelizmente a violência contra a mulher sempre existiu, fruto de uma sociedade machista, de cultura patriarcal. Antes da Lei Maria da Penha, o número de Mulheres que denuncia era extremamente reduzido, porque não existia uma legislação especial que viesse a punir com rigor esses homens autores de violência. Desde a criação da Lei, esses números vêm aumentando, porque as mulheres, cada vez mais cientes dos seus direitos, procuram as delegacias e denunciam”, disse Claudia Dematté.