Uma pesquisa científica busca a transfusão de plasma sanguíneo de pessoas curadas do vírus a pessoas doentes
De acordo com cientistas franceses, os grandes estudos clínicos sobre um tratamento para a Covid-19 podem oferecer resultados significativos nos próximos dias.
Gilles Bloch, responsável pelo Instituto Nacional de Saúde e Pesquisa Médica da França, explicou que se um dos tratamentos testados for “extremamente eficaz”, este “pode vir à luz em poucas semanas”.
Uma pesquisa científica desenvolvida na China, nos Estados Unidos e na França busca a transfusão de plasma sanguíneo de pessoas curadas do vírus, e que desenvolveram seus anticorpos, a pessoas doentes.
Em estudos de pequena escala contra outras doenças infecciosas, como o Ebola e o SRAS, este método se mostrou eficaz.
Para Eldad Hod, especialista em transfusões que lidera este estudo no hospital Irving da Universidade Columbia, em Nova York, apenas uma doação já é o suficiente para “salvar três ou quatro vidas”.
Novo tratamento ou medicamento já existente?
Cientistas correm contra o tempo por medicamento que já existem e podem ser eficazes. Na Europa, por exemplo, o estudo Discovery, lançado em sete países, verificou a eficácia de quatro tratamentos. O antiviral remdesivir, a associação lopinavir/ritonavir, estes dois retrovirais combinados com interferon beta, e a hidroxicloroquina, derivada da cloroquina, usado contra a malária.
Segundo os hospitais civis de Lyon, na França, onde trabalha a infectologista que comanda o estudo, Florence Ader, os primeiros resultados são esperados esta semana.
Além disso, para conter a “tempestade inflamatória” observada em pacientes graves da doença, os pesquisadores também testam outros tratamentos, como os anticorpos monoclonais.
Para isso, ratos geneticamente modificados que possuem um sistema imunológico “humanizado”, são expostos ao vírus vivo ou atenuados, com isso produzem anticorpos humanos, posteriormente multiplicados em laboratório.
A fim de atenuar problemas respiratórios de pacientes graves, a empresa Hemarina, administrará em 10 pacientes graves uma solução produzida a partir da hemoglobina de um verme marinho, capaz de transportar 40 vezes mais oxigênio que os humanos. Assim, esperará a tolerância dos pacientes ao teste.
Fonte: Jornal de Brasília