Os países da América Latina com quem a Pfizer já fechou negócio preveem iniciar a vacinação este mês ou no início de 2021

O Ministério da Saúde tem só “alguns dias” para decidir sobre a compra da vacina da covid da americana Pfizer. O prazo é dado pela própria empresa, que relata 95% de eficácia do produto em testes. O governo resiste diante do preço, da oferta de poucas doses, e da necessidade de armazenar a menos 70ºC. Grande parte dos especialistas diz que poderia ser a alternativa, ao menos em grandes cidades, com bons refrigeradores. Após acordo com Estados Unidos e União Europeia, a Pfizer já negociou 54,3 milhões de doses com Peru, México e Chile.

A Pfizer, que atua em parceria com a alemã BioNTech, diz que o prazo da proposta ao governo está protegido por acordo de confidencialidade. O Estadão apurou que é de sete dias e termina semana que vem. A farmacêutica diz, em nota, aguardar “posicionamento oficial do ministério em resposta à proposta” da companhia, “que expira em alguns dias”. A empresa já fechou venda para mais de 30 nações.

O Brasil adotou estratégia diferente da Europa e dos EUA. Enquanto no 1º semestre, países desenvolvidos investiram em diferentes laboratórios ainda sem saber sobre a eficácia dos imunizantes, por aqui foram feita apenas duas apostas – na Coronavac, parceria do governo paulista com o laboratôrio chinês Sinovac, e na vacina da Universidade de Oxford, que envolve acordo da farmacêutica AstraZeneca e a Fiocruz, ligada ao governo federal. Os EUA, por exemplo, garantiram 50 milhões de doses da Pfizer antes da divulgação dos dados de eficácia. Depois, a União Europeia comprou 300 milhões e o Reino Unido, 30 milhões.

Os países da América Latina com quem a Pfizer já fechou negócio preveem iniciar a vacinação este mês ou no início de 2021, conforme o aval dos órgãos regulatórios locais. O Reino Unido vacina a partir da próxima semana – cada pessoa deve tomar duas doses.

O número de doses disponíveis para o Brasil também está sob sigilo. A empresa diz que seria “capaz de imunizar milhões de brasileiros já no 1º semestre” de 2021. Para este ano, ela produzirá 50 milhões de doses; no ano que vem, será 1,3 bilhão. As doses são reservadas a “países que fecharam acordos antecipados”.

No Brasil, a Pfizer iniciou o processo de registro semana passada. São previstos até 60 dias para análise, mas o prazo pode diminuir por causa de novas regras da Anvisa, que aceita pedidos para uso emergencial.

O governo Jair Bolsonaro aposta na vacina de Oxford. A Fiocruz trabalha para incorporar a tecnologia e produzir as próprias doses desse imunizante. Mas os pesquisadores responsáveis pelo estudo de Oxford já reconheceram erros nos testes iniciais e a necessidade de ampliar ensaios clínicos para medir a eficácia, o que deve atrasar o registro. Além disso, a pasta espera receber doses para 10% da população brasileira por meio da Covax Facility, consórcio internacional liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O secretário nacional de Vigilância Sanitária do ministério, Arnaldo Medeiros, disse nessa quinta-feira, 3, que há interesse em comprar diferentes vacinas, mas vinculou qualquer aquisição ao registro na Anvisa.

O Ministério da Saúde tem só “alguns dias” para decidir sobre a compra da vacina da covid da americana Pfizer. O prazo é dado pela própria empresa, que relata 95% de eficácia do produto em testes. O governo resiste diante do preço, da oferta de poucas doses, e da necessidade de armazenar a menos 70ºC. Grande parte dos especialistas diz que poderia ser a alternativa, ao menos em grandes cidades, com bons refrigeradores. Após acordo com Estados Unidos e União Europeia, a Pfizer já negociou 54,3 milhões de doses com Peru, México e Chile.

A Pfizer, que atua em parceria com a alemã BioNTech, diz que o prazo da proposta ao governo está protegido por acordo de confidencialidade. O Estadão apurou que é de sete dias e termina semana que vem. A farmacêutica diz, em nota, aguardar “posicionamento oficial do ministério em resposta à proposta” da companhia, “que expira em alguns dias”. A empresa já fechou venda para mais de 30 nações.PUBLICIDADE

O Brasil adotou estratégia diferente da Europa e dos EUA. Enquanto no 1º semestre, países desenvolvidos investiram em diferentes laboratórios ainda sem saber sobre a eficácia dos imunizantes, por aqui foram feita apenas duas apostas – na Coronavac, parceria do governo paulista com o laboratôrio chinês Sinovac, e na vacina da Universidade de Oxford, que envolve acordo da farmacêutica AstraZeneca e a Fiocruz, ligada ao governo federal. Os EUA, por exemplo, garantiram 50 milhões de doses da Pfizer antes da divulgação dos dados de eficácia. Depois, a União Europeia comprou 300 milhões e o Reino Unido, 30 milhões.

Os países da América Latina com quem a Pfizer já fechou negócio preveem iniciar a vacinação este mês ou no início de 2021, conforme o aval dos órgãos regulatórios locais. O Reino Unido vacina a partir da próxima semana – cada pessoa deve tomar duas doses.

O número de doses disponíveis para o Brasil também está sob sigilo. A empresa diz que seria “capaz de imunizar milhões de brasileiros já no 1º semestre” de 2021. Para este ano, ela produzirá 50 milhões de doses; no ano que vem, será 1,3 bilhão. As doses são reservadas a “países que fecharam acordos antecipados”.

No Brasil, a Pfizer iniciou o processo de registro semana passada. São previstos até 60 dias para análise, mas o prazo pode diminuir por causa de novas regras da Anvisa, que aceita pedidos para uso emergencial.

O governo Jair Bolsonaro aposta na vacina de Oxford. A Fiocruz trabalha para incorporar a tecnologia e produzir as próprias doses desse imunizante. Mas os pesquisadores responsáveis pelo estudo de Oxford já reconheceram erros nos testes iniciais e a necessidade de ampliar ensaios clínicos para medir a eficácia, o que deve atrasar o registro. Além disso, a pasta espera receber doses para 10% da população brasileira por meio da Covax Facility, consórcio internacional liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O secretário nacional de Vigilância Sanitária do ministério, Arnaldo Medeiros, disse nessa quinta-feira, 3, que há interesse em comprar diferentes vacinas, mas vinculou qualquer aquisição ao registro na Anvisa.

Segundo apurou o Estadão, a postura reticente se agravou após Bolsonaro bloquear a compra da Coronavac, desenvolvida em parceria entre São Paulo e grupo chinês Sinovac. O ministro Eduardo Pazuello já disse a auxiliares que, para evitar novo “fato político’, só volta a tratar disso após registro da Anvisa.

Além disso, Pazuello manifestou publicamente que propostas de outras fabricantes de vacinas não agradaram. No Congresso esta semana, chamou de “pífios” os números de doses oferecidas por alguns laboratórios, sem citar nomes. Segundo apurou o Estadão, ele disse a auxiliares, em tom irônico, que algumas propostas não serviriam para “vacinar Brasília”, com 3 milhões de habitantes.

O ministério também tem sinalizado que as temperaturas de armazenamento de vacinas da Pfizer e da Moderna, -70°C e -20°C, respectivamente, são barreiras. Medeiros disse que o ministério tem investido para modernizar os cerca de 40 mil postos de vacinação do SUS.

A Pfizer diz ter plano para transporte e armazenamento das doses ao SUS – uma embalagem para 5 mil doses, com temperatura controlada, que usa gelo seco. A vacina duraria 15 dias.

O Ministério da Saúde tem só “alguns dias” para decidir sobre a compra da vacina da covid da americana Pfizer. O prazo é dado pela própria empresa, que relata 95% de eficácia do produto em testes. O governo resiste diante do preço, da oferta de poucas doses, e da necessidade de armazenar a menos 70ºC. Grande parte dos especialistas diz que poderia ser a alternativa, ao menos em grandes cidades, com bons refrigeradores. Após acordo com Estados Unidos e União Europeia, a Pfizer já negociou 54,3 milhões de doses com Peru, México e Chile.

A Pfizer, que atua em parceria com a alemã BioNTech, diz que o prazo da proposta ao governo está protegido por acordo de confidencialidade. O Estadão apurou que é de sete dias e termina semana que vem. A farmacêutica diz, em nota, aguardar “posicionamento oficial do ministério em resposta à proposta” da companhia, “que expira em alguns dias”. A empresa já fechou venda para mais de 30 nações.

O Brasil adotou estratégia diferente da Europa e dos EUA. Enquanto no 1º semestre, países desenvolvidos investiram em diferentes laboratórios ainda sem saber sobre a eficácia dos imunizantes, por aqui foram feita apenas duas apostas – na Coronavac, parceria do governo paulista com o laboratôrio chinês Sinovac, e na vacina da Universidade de Oxford, que envolve acordo da farmacêutica AstraZeneca e a Fiocruz, ligada ao governo federal. Os EUA, por exemplo, garantiram 50 milhões de doses da Pfizer antes da divulgação dos dados de eficácia. Depois, a União Europeia comprou 300 milhões e o Reino Unido, 30 milhões.

Os países da América Latina com quem a Pfizer já fechou negócio preveem iniciar a vacinação este mês ou no início de 2021, conforme o aval dos órgãos regulatórios locais. O Reino Unido vacina a partir da próxima semana – cada pessoa deve tomar duas doses.ml

O número de doses disponíveis para o Brasil também está sob sigilo. A empresa diz que seria “capaz de imunizar milhões de brasileiros já no 1º semestre” de 2021. Para este ano, ela produzirá 50 milhões de doses; no ano que vem, será 1,3 bilhão. As doses são reservadas a “países que fecharam acordos antecipados”.

No Brasil, a Pfizer iniciou o processo de registro semana passada. São previstos até 60 dias para análise, mas o prazo pode diminuir por causa de novas regras da Anvisa, que aceita pedidos para uso emergencial.

O governo Jair Bolsonaro aposta na vacina de Oxford. A Fiocruz trabalha para incorporar a tecnologia e produzir as próprias doses desse imunizante. Mas os pesquisadores responsáveis pelo estudo de Oxford já reconheceram erros nos testes iniciais e a necessidade de ampliar ensaios clínicos para medir a eficácia, o que deve atrasar o registro. Além disso, a pasta espera receber doses para 10% da população brasileira por meio da Covax Facility, consórcio internacional liderado pela Organização Mundial da Saúde (OMS).

O secretário nacional de Vigilância Sanitária do ministério, Arnaldo Medeiros, disse nessa quinta-feira, 3, que há interesse em comprar diferentes vacinas, mas vinculou qualquer aquisição ao registro na Anvisa.

Segundo apurou o Estadão, a postura reticente se agravou após Bolsonaro bloquear a compra da Coronavac, desenvolvida em parceria entre São Paulo e grupo chinês Sinovac. O ministro Eduardo Pazuello já disse a auxiliares que, para evitar novo “fato político’, só volta a tratar disso após registro da Anvisa.

Além disso, Pazuello manifestou publicamente que propostas de outras fabricantes de vacinas não agradaram. No Congresso esta semana, chamou de “pífios” os números de doses oferecidas por alguns laboratórios, sem citar nomes. Segundo apurou o Estadão, ele disse a auxiliares, em tom irônico, que algumas propostas não serviriam para “vacinar Brasília”, com 3 milhões de habitantes.

O ministério também tem sinalizado que as temperaturas de armazenamento de vacinas da Pfizer e da Moderna, -70°C e -20°C, respectivamente, são barreiras. Medeiros disse que o ministério tem investido para modernizar os cerca de 40 mil postos de vacinação do SUS.

A Pfizer diz ter plano para transporte e armazenamento das doses ao SUS – uma embalagem para 5 mil doses, com temperatura controlada, que usa gelo seco. A vacina duraria 15 dias.

Países latinos já apostam em vários imunizantes

Mesmo governos que já haviam fechado acordo com outras farmacêuticas têm tentado ampliar o cardápio de imunizantes. Um exemplo é o México, 2º país mais populoso da América Latina, com 126 milhões de habitantes. O governo comprou 34,4 milhões de doses da Pfizer, em análise pela órgão regulador. Apesar de barreiras logísticas, o país fala em iniciar a vacinação ainda este ano (já são previstas 250 mil doses) e ter 17 milhões de imunizados até o 2º bimestre. Lá, a Pfizer vai ser responsável pelo armazenamento do produto até a hora da vacinação, segundo a subsecretária de Assuntos Multilaterais da Secretaria de Relações Exteriores informou à Agência Efe. O país também tem acordo com a AstraZeneca.

Já o Chile adquiriu 10 milhões de doses da Pfizer, 14,4 milhões da AstraZeneca e mais 60 milhões da Sinovac ao longo de três anos. Todas estão sendo testadas no país andino. O Peru diz ter 9,9 milhões de doses da Pfizer e outras 13,2 milhões via Covax. Ainda negocia com várias empresas com Moderna, Sinovac, AstraZeneca, Sinopharm, Gamaleya, Novavax e Johnson & Johnson. A ideia é iniciar a imunização antes das eleições presidenciais de abril.

Na Argentina, o presidente Alberto Fernández chamou a missão de vacinar a população de 44 milhões de pessoas de uma “epopeia”. “A Argentina, com todo esforço, pode vacinar entre 4,5 e 5 milhões por mês.” O plano é chegar a 12 milhões de vacinados no primeiro momento – com foco em idosos, equipes de saúde e das Forças Armadas. Embora não haja data definida, autoridades locais estimam que a vacinação inicie na 1ª quinzena de janeiro. O país tem acordo com a vacina da Astrazeneca/Oxford (22 de doses no 1º semestre) e com a russa Sputnik V (10 milhões de doses, com possibilidade de ampliação). Negocia também com a Pfizer e a Jonhson & Johnson.

A Colômbia anunciou em novembro que esperava vacinar mais de 20% da sua população até o fim da primeira metade de 2021, destinada a profissionais de saúde e grupos de risco. Dez milhões dessas vacinas viriam da Covax, enquanto a país prepara unidades de resfriamento que possam acolher as vacinas da Pfizer em cinco cidades. Esta semana, o Ministério de Finanças autorizou o investimento de cerca de US $120 milhões para comprar 10 milhões de doses da vacina da empresa americana.

O Uruguai planeja vacinar 1,2 milhão de pessoas em duas campanhas (aproximadamente 20%) população, apenas com recursos garantidos pela Covax. O país investiu US$ 2,5 milhões para garantir acesso a 1,5 milhão de doses.

‘Não estamos em posição de negar vacina’, defende pesquisadora

A biomédica Mellanie Fontes-Dutra, coordenadora da Rede Análise Covid-19 da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS), defende ampliar as opções. “Não estamos em uma posição de negar vacina. Se for viável acordo com a Pfizer, pensando já na parte logística, poderia ser usada para vacinar um grupo específico, como profissionais da saúde ou idosos.”

Julio Croda, pesquisador da Fiocruz, sugere que as campanhas sejam realizadas inicialmente em grandes cidades. Faculdades de Física de universidades em São Paulo, Rio, Pernambuco e Rio Grande do Sul têm instalações com temperaturas abaixo de -70ºC, diz ele, que fez parte da equipe do ministério no começo da pandemia.

Paulo Lotufo, professor de Medicina da USP, vê a opção com ressalvas, diante da logística e do custo. “Sobre a Pfizer: ou vende tudo agora ou ninguém vai comprar, porque é uma vacina que precisa de baixa temperatura. A vacina da Moderna tem se mostrado tão eficaz quanto e vai dispensar essa cadeia de frio”, afirma.

Os especialistas ouvidos pelo Estadão destacam ainda que a busca pela imunização não deve ser vista como uma corrida ou uma competição. Isso porque os desafios estruturais, o estágio da pandemia, o perfil populacional e a arquitetura de cada sistema de saúde variam em cada país. “A verdadeira competição é interna para ter uma estrutura preparada, uma escolha de distribuição adequada e priorização ética de quem receberá primeiro a vacina”, diz Márcio Sommer Bittencourt, do Centro de Pesquisa Clínica e Epidemiológica do Hospital Universitário da USP.

Ele cita a logística como um dos principais desafios nos próximos meses para todos os países que implementarem um programa de imunização. Argumenta ainda que a pergunta não é apenas quantas vacinas cada país vai comprar, mas como vai estruturar a cadeia de distribuição e entregá-las de forma apropriada – desde o armazenamento, o cuidado com a temperatura necessária e a preparação para aplicação, com o treinamento de equipes e a obtenção de materiais necessários, como seringas, agulhas e matéria-prima em escala mais elevada que o comum.

A bióloga Natália Pasternak, também pesquisadora da USP, enfatiza que as agências reguladoras precisam ter muito cuidado para não cometer equívocos e perder a confiança da população. “Não adianta ter uma vacina eficaz se as pessoas não confiarem nela”. Ela, criadora do Instituto Questão de Ciência (IQC), diz que cada vacina terá sua vulnerabilidade, como dificuldades de armazenamento, e seus benefícios, como eficácia elevada. “A vacina perfeita não vai acontecer, vamos ter a vacina possível”.

Fonte: Jornal de Brasília