Relatório classifica ocorrência como incidente grave e conclui que Primeiro Oficial perdeu sentidos por falta de sono e fadiga. Comandante pousou avião em segurança

154 pessoas estavam a bordo do voo internacional.

145 passageiros.

E 9 tripulantes.

O Primeiro Oficial desmaiou meia hora antes do pouso do Airbus A321-200,  matrícula HL8071.

O Comitê de Investigação para Acidentes Aéreo e Ferroviário da Coréia do Sul (ARAIB) divulgou o relatório sobre o incidente ocorrido em 29 de outubro de 2019

O Airbus da Asiana Airlines cumpria o voo OZ-717 de Seul (Coreia do Sul) para Kaohsiung (Taiwan) e se aproximava do destino. 

O Primeiro Oficial acionou um dos computadores de gerenciamento de voo (ACARS) para verificar as condições meteorológicas no destino.

Enquanto aguardava a resposta, o tripulante desmaiou. 

O Comandante, que de fato pilotava a aeronave – na aviação usa-se o termo ‘pilot flying’ tentou reanimar seu Primeiro Oficial – que executava as funções de ‘pilot monitoring’.

De nada adiantaram os estímulos verbais e físicos do Comandante, que chamou os comissários de bordo para verificar as condições do piloto.

Os comissários afastaram o assento do painel de comando.

Sem reação do piloto, que seguia inconsciente, os comissários foram instruídos pelo Comandante a procurar por possíveis profissionais médicos entre os passageiros.

O capitão declarou emergência e mantve a rota para Kaohsiung enquanto um comissário prestava os primeiros socorros ao Primeiro Oficial, que estava pálido e suando frio com o corpo caído e sem nenhuma reação muscular.

O comissário desfroxou o nó da gravata e abriu o cinto do Primeiro Oficial – popularmente chamado de ‘co-piloto’ – e forneceu oxigênio e massageou o peito do tripulante.

Instantes depois o Primeiro Oficial recuperou os sentidos, perdeu a palidez e o suor frio. Para maior tranquilidade dos colegas, moveu os braços e respondeu perguntas dos tripulantes.

O Comandante sugeriu que o piloto fosse retirado da cabine e acomodado numa poltrona entre os passageiros.

Um médico examinou o Primeiro Oficial e aconselhou o comissário a continuar com os primeiros socorros.

A aeronave pousou com segurança em Kaohsiung. Logo após o pouso o piloto voltou a ser examinado por um médico do aeroporto, onde exames preliminares foram realizados, incluindo um teste para verificar possível teor alcoólico no organismo. 

A ARAIB da Coreia do Sul divulgou seu relatório final – publicado pelo Aviation Herald – concluindo que a causa provável do grave incidente foi a perda de consciência por causa desconhecida.

Mas ressaltou que alguns fatores contribuíram para o grave incidente, como:

– Falta de consciência sobre a privação de sono;
– Falta de gerenciamento de fadiga individual;
– E falta de cultura de segurança na organização e mentalidade de segurança de seus funcionários quando se trata de gerenciamento de fadiga

O ARAIB analisou ainda que, com base na vida diária do tripulante, ele dormiu apenas cerca de duas horas por dia durante três dias antes do voo.

O Primeiro Oficial provavelmente teria alto nível de fadiga, pois havia débito de sono  acumulado.

O Comitê acrescenta que a substituição do piloto em voo é impossível, a menos que haja uma tripulação extra. Por esse motivo, ‘repouso controlado’ descrito no Guia de Gerenciamento de Fadiga (FMG) parece ser a única opção para evitar riscos potenciais de fadiga.

Fonte: R7