O objeto estava com a lâmina, de aproximadamente 12 centímetros, manchada aparentemente com sangue
A polícia encontrou uma faca próxima ao local em que estava o corpo da estudante Julia Rosenberg Pearson, 21, na trilha que liga as praias de Maresias e Paúba, em São Sebastião (191 km de SP). A jovem foi encontrada morta, enterrada em uma cova rasa na última segunda (6), após ficar um dia desaparecida.
A faca foi localizada por investigadores no mato, ao lado de uma antena de telefonia móvel, bem perto do corpo da estudante. O objeto estava com a lâmina, de aproximadamente 12 centímetros, manchada aparentemente com sangue. A polícia investiga se a arma foi usada no assassinato de Julia e aguarda laudos periciais.
De acordo com a polícia, a perícia constatou sinais de estrangulamento no corpo da jovem, que foi encontrado por um morador da região e por PMs que faziam buscas por ela na área. A investigação ainda aguarda que os laudos da perícia indiquem se houve ou não violência sexual.
A reportagem apurou ainda que um chip, da operadora Vivo, também foi localizado por policiais civis, ainda na segunda-feira, na praça do Surf, em Maresias. O local fica na região de onde o celular de Julia emitiu sinal pela última vez. O 2º DP de São Sebastião investiga se o dispositivo encontrado pertencia à jovem.
O par de tênis da jovem, assim como seu celular e uma pochete, desapareceram. Por causa disso, o caso foi registrado como latrocínio (roubo seguido de morte).
Julia morava na capital paulista, onde estudava medicina veterinária, e foi passar a quarentena em São Sebastião, juntamente com os pais. Alguns parentes devem prestar depoimento nos próximos dias.
A polícia pretende ouvir nos próximos dias um homem que seria morador de Maresias e aparece em imagens de câmeras de monitoramento acessando a trilha em que Julia desapareceu, próximo ao horário em que a jovem esteva na trilha.
Segundo apurado pela reportagem, o homem não concluiu o trajeto da trilha até Paúba, retornando pouco tempo depois para Maresias.
Até o momento, ao menos dois homens prestaram formalmente esclarecimentos à polícia sobre o crime. Um deles, que já cumpriu pena por roubo e tem 33 anos, disse em depoimento que estava na casa de um parente no dia em que a jovem desapareceu. O outro suspeito, de 43 anos, também teria apresentado um álibi.
Ambos se comprometeram a fornecer material genético à polícia para que seja confrontado com o de três manchas brancas encontradas na calça que Julia usava quando foi morta.
O delegado seccional Múcio Mattos Monteiro de Alvarenga enviou nota à imprensa afirmando que o Núcleo de Perícias Criminais de São Sebastião colheu “relevantes indícios” que poderão “servir para apontar o autor do crime”.
“Da mesma forma, o doutor Ricardo Cortez, na sede do Instituto de Médico Legal, constatou, quando da realização do devido exame necroscópico, evidências que também podem servir para o mesmo propósito”, diz trecho do documento. Não são especificados os indícios e evidências mencionados.
Fonte: FolhaPress