Além do monitor, outras duas pessoas foram denunciadas, inclusive o detento, que é membro do alto escalão da facção Primeiro Comando de Vitória (PCV).
Um monitor de ressocialização foi denunciado por se aproveitar da função que exercia para facilitar a entrada de celular para um detento na penitenciária onde trabalhava. De acordo com o Ministério Público do Espírito Santo (MPES), a entrega do aparelho fazia parte de um plano de fuga do criminoso que, caso desse certo, o monitor receberia R$ 1 milhão.
As denúncias fazem parte da Operação “Trash Bag”, conduzida pelo Grupo Especial de Trabalho em Execução Penal (GETEP), e foram divulgadas nesta quarta-feira (24).
Segundo o órgão, o monitor de ressocialização pertencia ao quadro de servidores da Secretaria de Justiça do Espírito Santo (Sejus) e trabalhava na Penitenciária de Segurança Máxima II (PSMA – II), localizada em Viana, na Região Metropolitana de Vitória.
Além dele, outras duas pessoas foram denunciadas, sendo uma delas o criminoso; a outra pessoa é a mulher que teria comprado o aparelho celular, feito as mediações e os repasses financeiros ao monitor de ressocialização, por meio de laranjas. Os nomes dos envolvidos não foram divulgados.
O trio foi denunciado pelos crimes de associação criminosa, corrupção ativa e passiva, e favorecimento real (por facilitar a entrada de aparelho de comunicação, sem autorização legal, em estabelecimento prisional).
Proposta milionária
De acordo com o MPES, o celular era utilizado para facilitar a comunicação entre os envolvidos, que planejavam uma fuga da unidade.
O detento era líder do tráfico de drogas em um bairro de Cariacica, e membro do alto escalão da facção Primeiro Comando de Vitória (PCV).
Segundo as investigações, o criminoso pagaria ao monitor, a título de adiantamento, o valor de R$ 150 mil e, posteriormente, caso não houvesse êxito na fuga, mais R$ 150 mil. Caso o plano fosse bem-sucedido, o profissional receberia R$ 1 milhão.
O valor acabou não sendo pago em sua totalidade porque o plano foi frustrado após uma revista rotineira da Polícia Penal encontrar um celular na cela do detento. Um pagamento de cerca de R$ 15 mil, porém, foi comprovado.
A Promotora de Justiça Luciana Almada de Magalhães Farias Chamoun e o promotor de Justiça Flávio Campos Dias solicitaram a manutenção da prisão preventiva do detento e do monitor denunciado, bem como medidas de restrição de liberdade mais rigorosas à outra denunciada na ação.
Fonte: G1