No último sábado, o secretário de Saúde informou uma atualização do protocolo para uso do remédio do tratamento de pacientes com coronavírus

Durante entrevista coletiva nesta segunda-feira (22), o secretário de Saúde do Estado Nésio Fernandes disse que quatro cidades capixabas já sinalizaram oficialmente que vão querer utilizar medicamentos a base de cloroquina para o tratamento de pacientes com coronavírus.

Segundo a Secretaria de Saúde, Aracruz, Montanha, Cachoeiro de Itapemirim e Mimoso do Sul solicitaram o remédio junto a Secretaria de Saúde do Estado.

“O Estado não vai se opor e vai respeitar a decisão dos municípios que queiram seguir as recomendações do Ministério da Saúde”, disse Nésio.

A prefeitura de Cariacica já anunciou também que vai utilizar os medicamentos em pacientes que estiverem apresentando quadro clínico mais grave, com indicação de internação, e permanecem no PA do Trevo aguardando transferência para um hospital. Segundo a Sesa, o protocolo do município ainda não foi recebido pelo Estado.

No último sábado, o secretário informou uma atualização do protocolo para uso da cloroquina, descrita na Nota Técnica Covid-19 nº 42/2020, que trata sobre recomendações para tratamento farmacológico de pacientes com infecção por covid-19.

A Sesa ressalta que o uso da cloroquina não foi suspenso pelo Estado. Por nota, a secretaria informou que a atualização do protocolo de uso foi realizada após avaliação técnica de um grupo de médicos especialistas, que revisaram um conjunto de artigos científicos e consensos de entidades médicas, ficando estabelecido o uso somente mediante avaliação médica em pacientes hospitalizados.

A Secretária diz ainda que orienta aos municípios a adotarem medidas e protocolos de tratamento baseados em evidências e com foco na segurança do paciente. “Isso inclui a publicação de um ato administrativo específico para normatizar o uso do medicamento, com as devidas orientações sobre as contraindicações, os eventos adversos, a garantia de monitoramento cardíaco quando indicado, para que, não obstante a autorização do Conselho Federal de Medicina, os profissionais médicos sejam protegidos de possíveis responsabilizações civis e criminais caso ocorram eventos adversos com o uso do medicamento”, diz a nota.

Até o presente momento, não há evidências que recomendem o uso da cloroquina em pacientes com quadro leve. A prescrição deve ser realizada com esclarecimento livre e consentido por parte do paciente sobre os riscos e efeitos adversos potenciais nos enfermos.

Fonte: Folha Vitória