Imunização está prevista para começar na terça-feira (8) em hospitais e já tem grupos prioritários definidos; 800 mil doses devem estar disponíveis

O Reino Unido está se preparando para se tornar o primeiro país a lançar a vacina Pfizer/BioNTech contra a covid-19 esta semana. O imunizante será disponibilizado em hospitais antes da distribuição para clínicas médicas, disse o governo.

As primeiras doses estão programadas para serem administradas na terça-feira (8), com o Serviço Nacional de Saúde (NHS) dando prioridade à vacinação de pessoas com mais de 80 anos, profissionais de saúde da linha de frente do combate à pandemia e funcionários de lares e residentes.

O país europeu concedeu aprovação de uso emergencial para a vacina desenvolvida pela Pfizer e BioNTech na semana passada – saltando à frente na corrida global para iniciar o programa de vacinação em massa mais crucial da história.

No total, foram encomendadas 40 milhões de doses. Como cada pessoa precisa de duas doses, isso é suficiente para vacinar 20 milhões de pessoas no país de 67 milhões de habitantes.

Espera-se que cerca de 800 mil doses estejam disponíveis ainda nesta primeira semana.

As doses iniciais que chegaram da Bélgica estão sendo armazenadas em locais seguros em todo o país, onde terão sua qualidade verificada, disse o ministério da saúde.

O lançamento coincide com um momento crucial e perigoso nas negociações entre o Reino Unido e a União Europeia sobre um acordo comercial pós-Brexit.

Um período de transição de status quo terminará em 31 de dezembro e um cenário sem acordos levaria a grandes interrupções no movimento de mercadorias entre o Reino Unido e países da UE, como a Bélgica.

O jornal Observer noticiou no domingo que, de acordo com os planos de contingência do governo britânico, dezenas de milhões de doses de vacinas poderiam ser transportadas para o país por meio de aeronaves militares para evitar atrasos nos portos causados ​​pelo Brexit.

O governo se recusou a comentar o relatório do Observer. Questionado sobre as preocupações com a interrupção relacionada ao Brexit e se o relatório do jornal era verdadeiro, o ministro da agricultura e meio ambiente, George Eustice, disse: “Isso não interromperá a vacina”.

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“Um enorme trabalho foi realizado para manter o fluxo de mercadorias na fronteira no caso de haver um Brexit sem acordo e também temos planos de contingência em vigor, incluindo uma balsa adquirida pelo governo que está de prontidão e claro que a opção, se necessário, de usar frete aéreo também”, acrescentou.

A vacina Pfizer/BioNTech tem requisitos de armazenamento que exigem grandes gastos. Ele precisa ser mantido a -70ºC e dura apenas cinco dias em uma geladeira comum.

Por esse motivo, o ministério da saúde disse que a vacina seria administrada primeiro em 50 hospitais e que levaria algumas horas para descongelar cada dose e prepará-la para uso.

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O NHS escreveu para os médicos de clínica geral, dizendo-lhes para se prepararem para começar a vacinação através dos serviços médicos locais a partir de 14 de dezembro.

Grupos de médicos locais irão operar mais de 1.000 centros de vacinação em todo o país, disse o governo.

Fonte: Thomson Reuters.