Quem precisou de transporte público logo cedo, no município, ficou a pé

Com salários atrasados e sem o pagamento do ticket alimentação, motoristas e cobradores de Guarapari resolveram cruzar os braços. Quem precisou de transporte público logo cedo, ficou a pé.

Até às 8h10 da manhã desta terça-feira (27), nenhum ônibus saiu da garagem. Após esse horário, 30% da frota voltou a circular, o que representa 12 coletivos municipais atendendo a cidade neste primeiro dia de greve.

“Demos a oportunidade para a empresa, mas não houve acordo. Comunicamos a população 72 horas antes com o aviso nos ônibus. A empresa fez a nova proposta, mas não foi aceita pela categoria. Liberamos os 30% da frota para circulação. São 12 ônibus enquanto a categoria estiver de greve. A greve é por tempo indeterminado”, ressaltou o diretor do sindicato.

De acordo com o Sintrovig, os funcionários da empresa responsável pelo transporte público do município estão com os salários e o ticket alimentação atrasados desde o ano passado.

“O trabalhador já está desesperado em casa. Não tem comida, pão, leite para os filhos. Vamos aguardar mais um posicionamento da empresa. Pelo menos que possa pagar o ticket de maneira integral para os rodoviários. Se pagar até sexta-feira, voltamos a rodar 100%”, declarou Enis.

A proposta da empresa, nesta terça (27), foi pagar o ticket em três datas, sendo o valor de R$ 250 em ticket alimentação nesta data, sexta-feira creditaria mais R$ 200, e até terça-feira creditaria o valor de R$ 350, totalizando R$ 750 de ticket.

Os funcionários não aceitaram o acordo, mas a empresa informou que o crédito de R$ 250 foi depositado para motoristas e cobradores como parte do vale alimentação.

Por meio de nota, a empresa afirmou que não está medindo esforços para quitar os débitos através da arrendação diária e semanal. Leia o comunicado na íntegra:

Destacamos que, conforme informado a todos trabalhadores pela diretoria da empresa na reunião realizada em 20/04/21, não estamos medindo esforços para quitar os débitos através da arrendação diária/ semanal, uma vez que o lockdown decretado pelo Governo do Estado (COVID- 19) impediu a empresa de operar por 22 dias, ocasionado enormes prejuízos.

Reiteramos que até a presente data a empresa já quitou as seguintes verbas e benefícios no montante de aproximadamente R$ 290 mil referente a 50% do salário com vencimento 10/04, 3ª parcela do acordo de salário com vencimento 10/04 e R$ 250 do vale alimentação, com vencimento 20/04/21

Ou seja, é inverídica e leviana a alegação do Sintrovig de que os salários e benefícios encontram-se em atraso há mais de 60 dias. Hoje (terça-feira) a empresa emprega 255 pessoas, e desde a retomada da operação que ocorreu em 13/04/21 até a presente data, todos valores arrecadados têm sido destinados exclusivamente para pagamento de folha/benefícios de funcionários.

Entretanto, a arrecadação da receita para quitação do saldo das verbas salariais e benefícios está sendo ainda mais comprometida, em virtude da paralisação total do sistema de transporte no dia 22/04/21 e na data de hoje (27/04/2021) até as 08:10 minutos, quando somente 12 ônibus foram liberados para operação pelo SINTROVIG.

Assim, a empresa reitera aos funcionários que neste momento é de extrema importância que estejamos unidos (empresa e funcionários), para enfrentarmos essa crise provocada pela COVID-19 e mantermos os postos de trabalho.

Fonte: Tribuna online