Os jogadores prometeram protestar hoje contra a Copa América no Brasil. Mas vão disputá-la. E sem os atletas assumirem a liderança do protesto. Casagrande resumiu a atitude como ‘covardia’
“Manifesto? Esquece, gente. Ou joga ou não joga. Esquece esse negócio de ‘vamos jogar, mas somos contra isso’. Toma uma atitude de verdade, de homem.
“Covardia.
“Isso que os jogadores vão fazer é uma covardia. O Brasil estava precisando de uma atitude de homem e de peso da Seleção Brasileira.”
A postura rígida do ex-jogador da Seleção e comentarista da Globo, repercutiu na Seleção Brasileira.
O termo ‘covarde’ se aplica pelo fato de os atletas terem definido que o protesto contra a Copa América no Brasil, programado para hoje, após a partida contra o Paraguai, será assumido por todos os atletas.
O comentarista defende que a Seleção não disputasse a Copa América.
E, mais, Casagrande sabe que a decisão de divulgar uma carta contra a competição não foi de ‘todos’ os jogadores.
Os líderes conversaram e perguntaram ao restante do grupo se eles concordavam.
Ou alguém imagina Lucas Paquetá, Everton Cebolinha, Douglas Luiz e Renan Lodi impondo o manifesto aos demais?
Neymar, Casemiro, Thiago Silva, Alisson, Marquinhos e Danilo conversaram com o presidente, afastado por denúncia de assédio, Rogério Caboclo, na semana passada. E demonstraram a insatisfação pela disputa da Copa América no Brasil.
Por desrespeito aos mais de 260 mil mortos, na semana passada. E também pela CBF colocar o time principal, já que os ‘europeus’ disputaram duas temporadas seguidas. Estão extenuados.
Mas os líderes do movimento optaram por tomar uma postura conjunta.
Para não ficarem expostos.
“Falo em nome de todos os jogadores com Tite e comissão técnica, é unânime”, disse Casemiro capitão, após o jogo contra o Equador, antecipando que a postura do grupo, em relação à Copa América, seria assumida hoje, depois do confronto contra o Paraguai.
Ele foi o único atleta a dar entrevista, desde que a Seleção soube que a Copa América seria disputada no Brasil, com o time principal.
Embora a acusação de ‘covardia’, feita por Casagrande, tenha irritado os atletas, a disposição segue a mesma.
Divulgarem um manifesto sem assinatura.
Com todos assumindo a mesma posição.
Para ninguém saber quais foram os líderes do movimento.
O que abre a possibilidade de analisar que esses líderes possam temer represálias no futuro. Como não participar da Copa do Mundo, deixando de serem convocados.
Com exceção de Neymar, ninguém é tratado como insubstituível na CBF.
O conforto do Brasil na tabela de classificação das Eliminatórias Sul-Americanas é muito confortável. Líder absoluto, com seis vitórias em seis jogos.
A tranquilidade é grande que a expectativa sobre o manifesto é maior do que a do confronto com os aguerridos paraguaios.
O que se espera é que todos os atletas acabem indo para a sala de imprensa, enquanto o manifesto é divulgado.
E não apenas os líderes, que arquitetaram o protesto.
Apesar do protesto, eles estarão em campo, domingo, no Mané Garrincha, contra a Venezuela, na abertura da Copa América.
“Covardia”, resumiu Casagrande.
Fonte: R7