O presidente Jair Bolsonaro (PSL) voltou a usar da ironia para falar sobre a questão do desmatamento da Amazônia. Em São Paulo para evento, ele voltou a questionar dados sobre o fato.
“Um número absurdo como aquele de que eu desmatei 88% da Amazônia. Eu sou o ‘capitão motosserra’. Se divulga isso, é péssimo pra gente [Brasil]”, afirmou o presidente em tom de brincadeira.
Na fala em questão, Bolsonaro acabou exagerando nos dados que falou. O Inpe aponta que o desmatamento da Amazônia avançou 88% em junho na comparação com o mesmo mês de 2018.
O presidente também usou da ironia para falar sobre terras indígenas. Citou o estado de Roraima como exemplo e afirmou que, no local, o desenvolvimento está sendo “inviabilizado” por conta das reservas indígenas e áreas de preservação.
“Se eu fosse rei de Roraima, com tecnologia, em 20 anos teria uma economia próxima do Japão. Lá tem tudo. Mas 60% está inviabilizado por reservas indígenas e outras questões ambientais. Nós temos tudo para desenvolver essa região maravilhosa chamada Amazônia”, falou o presidente.
Números do desmatamento na Amazônia
O desmatamento na Floresta Amazônica saltou em cerca de 67% nos primeiros sete meses de 2019, de acordo com dados preliminares da agência de pesquisa espacial brasileira, que é atacada pelo governo como enganadora e prejudicial aos interesses nacionais.
O sistema de monitoramento registrou destruição de 2.255 quilômetros quadrados na Amazônia em julho, mais do que o triplo do mesmo mês de 2018, crescimento de 304% de acordo com o Instituto Nacional de Pesquisa Espacial (Inpe). A área é a maior registrada pelo Inpe nos últimos anos, e corresponde ao território de Luxemburgo.
Ambientalistas e pesquisadores culpam a retórica de desenvolvimento econômico do presidente Jair Bolsonaro pelo encorajamento de madeireiros, fazendeiros e mineiros ilegais, que aumentaram suas atuações desde que ele tomou posse em janeiro.
Bolsonaro criticou veementemente os dados do Inpe e exonerou na última sexta-feira o diretor da agência por conta do que chamou de “mentiras” que afetam negociações comerciais do país. Com Reuters / Redação Yahoo Notícias