Cris Samorini conheceu indústrias e os principais institutos tecnológicos da Alemanha
Fazer novas conexões, agregar conhecimentos tecnológicos e realizar benchmarking de modelos de negócio. Foi com esse foco que a presidente da Federação das Indústrias do Espírito Santo e industrial do setor gráfico, Cris Samorini, embarcou esta semana para a Alemanha. No roteiro, visitas técnicas a indústrias gráficas e aos Institutos de Pesquisa e Inovação da Sociedade Fraunhofer – uma referência mundial em inovação pré-competitiva para a indústria alemã.
Sabendo que a inovação é um pilar de desenvolvimento do Espírito Santo, conhecer novos ambientes com processos tecnológicos permite despertar novas perspectivas em relação a problemas e desafios da indústria capixaba.
“É fundamental ter um novo olhar para a inovação, conhecer empresas e entender como a tecnologia está sendo aplicada em diferentes contextos. Quero ter uma visão mais ampla e global das tendências e inovações e levar novas ideias e soluções para a nossa indústria”, afirma Samorini.
Durante a sua visita às gráficas, Cris presenciou uma planta industrial que produz embalagens com alto valor agregado, o que, segundo a presidente, não difere das plantas de algumas empresas do Brasil.
“O nosso país não perde posição em relação à evolução tecnológica do processo industrial que vi na Alemanha. Ao contrário do que muitos pensam, o desafio do Brasil não é a falta de investimentos tecnológicos, mas, sim, os custos que as empresas carregam, em especial na tributação, seja na aquisição de insumos, seja no custo do produto final industrializado”, ressalta.
A missão pelo país alemão também se destacou por dois locais de referência em pesquisa e inovação. O Instituto Fraunhofer IVV, que possui competências em tecnologias para embalagens, com foco no setor de alimentos, e desenvolve pesquisa na área de reciclagem e sustentabilidade ambiental. E o Instituto Fraunhofer IKS, ligado à Inteligência Artificial aplicada, Aplicativos de software industrial, como a Indústria 4.0, sistemas de controle para produção, e software de controle para robôs móveis.
Cris pontua que a Findes, por meio das atuações do Findeslab e do Instituto Senai de Tecnologia (IST), vem desempenhando um importante papel no fomento à inovação capixaba, investindo em iniciativas que estimulem a cultura da inovação entre as empresas, com o objetivo de torná-las mais competitivas e preparadas para o mercado nacional e internacional.
“No Estado, temos buscado ampliar essa representatividade, estimulando um ambiente favorável para a inovação e o empreendedorismo. Na minha passagem pela Sociedade Fraunhofer percebi muita sinergia em relação ao nosso Instituto Senai de Tecnologia em Eficiência Operacional”.
Conexão Espírito Santo e Alemanha
O Espírito Santo teve uma recente conexão com o mercado alemão por meio da primeira chamada de internacionalização de startups Brazilian Indtechs in Germany, BiG 2023. A iniciativa é da Embaixada do Brasil em Berlim com coorganização do Findeslab, nosso hub de inovação. Ao todo, dez startups industriais brasileiras participaram, no mês de abril, de uma imersão total no mercado industrial alemão.
“A chamada de inovação aberta contribuiu para o ecossistema de inovação tanto nacional quanto capixaba, tendo o Findeslab como o principal elo brasileiro entre as Indtechs e o ambiente inovador alemão. Participar do Encontro da CNI foi um momento propício para mostrar as potencialidades de nossas startups e divulgar o programa para empresários alemães, órgãos do governo e outros que possuem interesse em fortalecer as iniciativas de inovação com o Brasil”, destacou analista de Projetos de Inovação do Findeslab, Ana Amaro.
Relações comerciais entre Brasil e Alemanha
Brasil e Alemanha possuem uma relação comercial de longa data e a indústria é uma das maiores responsáveis por moldar estratégias para essa ligação. Ambos os países são as maiores economias de seus continentes. A Alemanha é o quarto principal parceiro comercial do Brasil, e o país brasileiro é, por sua vez, o principal parceiro alemão na América do Sul.
Não por acaso, os países enfrentam desafios comuns que impedem uma relação comercial mais sólida. O aumento do custo de vida e as tensões geopolíticas pedem por mudanças bilaterais.
Pensando nisso, a CNI, a Federação das Indústrias Alemãs e a Comissão de Negócios Alemães da América Latina assinaram e entregaram, no início do ano, ao presidente Luiz Inácio Lula da Silva e ao primeiro-ministro alemão Olaf Scholz, uma declaração conjunta com ações prioritárias para fortalecer os laços comerciais e políticos entre as economias.
O acordo entre a União Europeia e o Mercosul é uma das peças-chave para aumentar essas trocas, incluindo bens, serviços e investimentos. Cada fator desse, segundo a CNI, pode ajudar a fortalecer a parceria entre Brasil e Alemanha, incluindo áreas estratégicas como a descarbonização e a implementação da Indústria 4.0.
Fonte: Findes