O encontro, que aconteceu na tarde desta sexta-feira (20), no Salão Pleno do Tribunal de Justiça, reuniu integrantes do Poder Judiciário e profissionais do Cetefe.
O Tribunal de Justiça do Espírito Santo (TJES) promoveu, na tarde desta sexta-feira (20), no Salão Pleno, um evento de Promoção dos Direitos das Pessoas com Deficiência no Âmbito do Trabalho e Enfrentamento ao Capacitismo. O encontro também lembrou o Dia Nacional de Luta da Pessoa com Deficiência, lembrado em 21 de setembro.
O vice-presidente do TJES, desembargador Namyr Carlos de Souza, abriu o evento e reforçou a importância da temática. “Vivemos uma luta histórica para que possamos assegurar a conquista dos direitos das pessoas com deficiência. É com imensa honra e satisfação que esse egrégio Tribunal de Justiça prestigia esse marcante evento em alusão ao Dia Nacional da Luta da Pessoa Com Deficiência. Este é um momento significativo para que possamos absorver novos conhecimentos, ampliarmos os elevados propósitos de inclusão social, igualdade e oportunidade para com os nossos semelhantes, pessoas com deficiência, tanto no ambiente de trabalho como na vida pública ou privada”, destacou o desembargador.
O juiz Ezequiel Turíbio, que é membro da comissão de acessibilidade do TJES, lembrou que as barreiras físicas são fáceis de serem vencidas desde que haja um compromisso da sociedade e das instituições públicas. “Mas mudar toda essa problemática estrutural do preconceito, não é fácil. Exige mudança de comportamento, exige o investimento em educação, para que entendam, de forma definitiva, que todos nós pertencemos a uma sociedade feita de pessoas diversas, e que, a diversidade, tem que ser respeitada. Por conta disso, o Tribunal de Justiça do Espírito Santo tem adotado, ao longo dos anos, políticas de enfrentamento a todas as formas de preconceito”, ressaltou o magistrado.
Fábio Buaiz de Lima, coordenador de Gestão da Informação do TJES, também reforçou a importância de olharmos para as pessoas com deficiência sob outra perspectiva. “Pelo preconceito, indivíduos com deficiência deixam de ter contato com o mundo e vivem uma realidade paralela. Em vez de serem vistos como indivíduos que têm algo a acrescentar na sociedade, são vistos como seres frágeis e diferentes. Este ponto de vista apenas faz perpetuar a concepção de que deficiência é sinônimo de dificuldade e barreira, o que, na prática, não procede. Na verdade, a barreira é imposta pelo capacitismo, que impede a devida inclusão das pessoas com deficiência na sociedade”, disse o servidor.
Em seguida, a palestrante convidada abordou o tema “Promoção dos direitos das pessoas com deficiência no âmbito do trabalho e o enfrentamento ao capacitismo”. Fernanda Costa Ferreira, que é assistente social do Tribunal de Justiça do Piauí e membra do Coletivo Serviço Social Anticapacitista, agradeceu ao TJES pelo convite e falou um pouco sobre sua história.
“Sou uma mulher com deficiência, sou autista nível 2 de suporte, e é importante a gente colocar isso porque eu ocupo muitas identidades. Eu sou assistente social, eu sou perita, eu sou professora, eu sou capacitadora, sou mãe, dona de casa, esposa e também sou autista. Ser autista é uma das minhas identidades, não a única. Sou muitas coisas e autista é uma delas. Reduzir as pessoas com deficiência apenas a sua deficiência é uma atitude capacitista”, explicou.
Na sequência, o público participou do Roda de Conversa, com o tema “Vivências e reflexões: impacto do capacitismo no cotidiano das pessoas com deficiência”, mediada pela equipe de digitalização dos processos físicos no TJES, que é vinculada ao Centro de Treinamento de Educação Física Especial para Pessoas com Deficiência (Cetefe).
Lívia de Souza Aquino deu início às perguntas, questionando como as rampas e elevadores do Tribunal facilitam o trabalho dos servidores. E Gabriel de Oliveira reforçou a importância das iniciativas de inclusão.
“Sou muito grato a todos da Cetefe. Minha deficiência foi resultado de um acidente, então eu tinha muito medo de entrar no mercado de trabalho, de voltar a ter interação com a sociedade. A Cetefe tem fornecido para nós as ferramentas necessárias para gente trabalhar. Os elevadores e as rampas de acessos nos possibilitam a independência, poder entrar e poder sair como qualquer outra pessoa”, enfatizou.
O evento na íntegra pode ser assistido no Youtube:
Fonte: TJES