Em um discurso transmitido por vídeo, o presidente chinês indicou que seu país dedicará US$ 2 bilhões em dois anos à luta global contra a COVID-19
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Uma eventual vacina chinesa contra o novo coronavírus se tornará “um bem público mundial”, garantiu nesta segunda-feira (18) o presidente Xi Jinping durante a 73ª Assembleia Mundial da Saúde da OMS.
Em um discurso transmitido por vídeo em Genebra, o presidente chinês indicou que seu país dedicará US$ 2 bilhões em dois anos à luta global contra a COVID-19.
Xi Jinping também informou que seu país é favorável a uma “avaliação completa” da resposta mundial à pandemia, uma vez superada a crise, ressaltando que Pequim sempre foi “transparente”.
Estratégias divergentes
O secretário-geral da ONU criticou, nesta segunda-feira (18), os países que “ignoraram as recomendações” da Organização Mundial da Saúde (OMS) para responder à pandemia de coronavírus e estimou que o mundo paga um “preço alto” por essas estratégias divergentes.
“Vimos expressões de solidariedade, mas pouquíssima unidade em nossa resposta à COVID-19. Os países seguiram estratégias divergentes e todos pagamos um preço alto por isso”, disse Antonio Guterres.
“Muitos países ignoraram as recomendações da Organização Mundial da Saúde”, acrescentou ele por videoconferência na abertura da Assembleia Mundial da Saúde, a reunião anual dos 194 membros da OMS que está sendo realizada pela primeira vez de maneira virtual.
“Como resultado, o vírus se espalhou pelo mundo e agora se dirige para países do sul, onde pode ter efeitos ainda mais devastadores; e corremos o risco de novos picos e novas ondas”, acrescentou, sem citar os países em questão.
A pandemia do coronavírus SARS-CoV-2 matou pelo menos 313.611 pessoas em todo o mundo desde os primeiros casos assinalados em dezembro na China, de acordo com um balanço estabelecido no domingo pela AFP.
Os Estados Unidos são o país mais afetado em termos de número de mortes e casos, com quase 90.000 vítimas fatais e 1,49 milhão de casos.
É seguido pelo Reino Unido (34.636 mortos), Itália (31.908), França (28.108) e Espanha (27.650).
A OMS não se pronunciou sobre a conveniência de confinar ou não, mas recomendou a realização de testes, o isolamento e tratamento sistemático de todos os casos suspeitos.
E seja qual for o progresso da epidemia em cada país, pediu o respeito e aplicação das medidas de distanciamento físico, a fim de impedir a propagação do vírus.
Os países seguiram essas recomendações de várias maneiras e em vários estágios da pandemia.
Nos Estados Unidos, o presidente Donald Trump acusou a China de ter ocultado o surgimento da epidemia e de ter subestimado deliberadamente sua gravidade. Suspeitando que a OMS e seu diretor-geral, Tedros Adhanom Ghebreyesus, endossaram cegamente a defesa de Pequim, suspendeu os créditos americanos à agência da ONU.
Guterres condenou implicitamente esta decisão.
“A OMS é insubstituível. Precisa de mais recursos, em particular para fornecer apoio aos países em desenvolvimento, que devem ser nossa maior preocupação”, afirmou ele, enquanto a pandemia progredia rapidamente no hemisfério sul e, especialmente, na África.
“Proteger os países em desenvolvimento não é uma questão de caridade ou generosidade, mas uma questão de interesse comum esclarecido. Os países do Norte só podem superar a COVID-19 se os países do Sul o neutralizarem ao mesmo tempo”, insistiu Guterres.
Fonte: Jornal de Brasília