De acordo com os estudos, o material foi capaz de prevenir o retorno de tumores malignos em camundongos

Cientistas do Wynn Institute, ligado à Universidade de Harvard, nos Estados Unidos, conseguiram resultados esperançosos para uma possível e potencial vacina contra determinados tipos de câncer. O estudo, que foi publicado na revista científica Nature Communications, aponta que um pequeno disco desenvolvido foi capaz de proteger o organismo do retorno de tumores em camundongos.

A vacina consiste em um pequeno biomaterial que se aproxima do tamanho de um comprimido (8 mm x 2 mm) e que foi projetado para ser implantado na área em que o paciente já teve um tumor previamente, como a mama, por exemplo.https://imasdk.googleapis.com/js/core/bridge3.423.0_en.html#goog_1596865641PublicidadeBotão para controlar o volume da publicidade

Essa espécie de esponja é colocada sob a pele e projetada para resgatar e reorganizar as células do sistema imunológico do próprio paciente naquela região, instruindo-as a viajar pelo corpo, alojar-se nas células cancerosas e, por fim, matá-las.

Segundo o Wynn Institute, a potencial vacina reúne dois poderosos tratamentos atuais contra o câncer: a quimioterapia e a imunoterapia. Ao mesmo tempo que o produto tem o poder de extinguir as células cancerígenas, como na quimioterapia, ele também possui o efeito a longo prazo devido à imunoterapia.

“Quando camundongos com câncer de mama triplo-negativo agressivo (TNBC) receberam a vacina, 100% deles sobreviveram a uma injeção subsequente de células cancerosas sem recidiva”, apontou o estudo.

Um dos autores do estudo, Hua Wang, abordou a importância dessa tecnologia para o tratamento de alguns tipos de tumores malignos, os quais hoje não possuem um tratamento com grande eficácia.

“O câncer de mama triplo-negativo não estimula respostas fortes do sistema imunológico, e as imunoterapias existentes não conseguiram tratá-lo. Em nosso sistema, a imunoterapia atrai várias células imunológicas para o tumor, enquanto a quimioterapia produz um grande número de fragmentos de células cancerosas mortas que as células imunológicas podem pegar e usar para gerar uma resposta eficaz e específica contra o tumor.”

Embora positivos, os estudos para essa modalidade de antígeno necessita de mais respostas e devem continuar ainda nos próximos anos. Os cientistas desejam explorar combinações de quimioterapia com vacinas contra o câncer para aprimorar a resposta antitumoral em casos de tratamentos mais complexos.

O diretor-fundador do Wyss Institute, Don Ingber, comemorou o avanço da potencial vacina e afirmou que ela traz esperanças para um tratamento que atenda um número maio de cânceres.

“É uma forma inteiramente nova de quimioterapia combinada que pode ser administrada por meio de uma única injeção e potencialmente oferece maior eficácia com toxicidade muito menor do que os tratamentos convencionais usados ​​hoje.”

Fonte: R7