No ensaio com 2.260 voluntários, grupo que recebeu placebo teve 18 infectados; entre imunizados com vacina, nenhum teve a doença

A Pfizer e a BioNTech anunciaram nesta quarta-feira (31) que sua vacina contra a covid-19 é 100% eficaz em jovens de 12 a 15 anos. Além disso, testes demonstraram que os voluntários tiveram uma grande resposta na produção de anticorpos. 

A partir desse resultado, a Pfizer informou que vai entrar com pedido de uso emergencial nos Estados Unidos para esse grupo e espera que a imunização tenha início antes do próximo ano letivo, segundo Albert Bourla, presidente e executivo-chefe da Pfizer.

“Nós planejamos apresentar os dados à FDA [a agência reguladora dos Estados Unidos] como uma proposta de emenda à nossa Autorização de Uso Emergencial nas próximas semanas, assim como a outras agências reguladoras em todo o mundo, com a esperança de começar a vacinar esta faixa etária antes do início do próximo ano escolar”, declarou.

O diretor executivo da empresa alemã BioNTech afirmou que os resultados que mostram uma elevada proteção para os adolescentes eram “muito promissores dadas as tendências observadas nas últimas semanas em relação à propagação da variante do Reino Unido B.1.1.7”.

A vacina da Pfizer já está autorizada para uso a partir dos 16 anos e foi a primeira contra a covid-19 aprovada nos países ocidentais, no fim do ano passado. O novo estudo oferece a primeira evidência de como a vacina também funcionará em adolescentes em idade escolar.

No ensaio de 2.260 adolescentes entre 12 e 15 anos, foram registrados 18 casos de covid-19 entre os 1.129 participantes que receberam placebo e nenhuma ocorrência entre os 1.131 voluntários que receberam a vacina, o que resulta em 100% de eficácia na prevenção da doença. O resultado do estudo clínico ainda não foi submetido à revisão ​​por pares. 

A vacina foi bem tolerada, com efeitos adversos semelhantes aos observados entre grupos com idades entre 16 e 25 anos. Não foram registradas reações adversas no grupo mais jovem. As reações relatadas no estudo em adultos foram leves a moderadas e incluíram dor no local da injeção, dor de cabeça, febre e fadiga.

A farmacêutica já começou um estudo de fase 1, 2 e 3 com crianças de 6 meses a 11 anos. Na última semana, as primeiras crianças de 5 a 11 anos receberam uma dose do imunizante. A Pfizer deve começar o ensaio de 2 a 5 anos na próxima semana e, em seguida, em participantes entre 6 meses e 2 anos. A empresa tem a expectativa de contar com 4.644 inscritos para o estudo e tem a previsão de divulgar os resultados até o final do. Doses da vacina já foram aplicadas em milhões de adultos em mais de 65 países.

Fonte: R7