Com conclusão das obras, em setembro, já são 12 estruturas descaracterizadas desde 2019.

A Vale concluiu as obras de eliminação de mais três barragens a montante (apoiadas sobre rejeitos) e cumpriu a meta de fechar 2022 com mais cinco estruturas descaracterizadas, totalizando 12 desde 2019. O número geral corresponde a 40% das 30 previstas no Programa de Descaracterização. Segundo a mineradora, a iniciativa é parte de uma profunda transformação na gestão de estruturas de disposição de rejeitos da companhia e uma das principais ações para evitar que rompimentos como o de Brumadinho voltem a acontecer.

Estão concluídas, desde setembro, as obras do Dique Auxiliar da Barragem 5, na Mina Águas Claras, em Nova Lima (MG), o Dique 3 do Sistema Pontal, na Mina Cauê, e a barragem Ipoema, na Mina do Meio, ambos em Itabira (MG). As atividades de engenharia e obras já estão em andamento em todas as demais estruturas construídas pelo método a montante.

Das 12 estruturas eliminadas, nove ficavam em Minas Gerais (barragem 8B, Dique Rio do Peixe, barragem Fernandinho, Diques 3, 4 e 5 da barragem Pontal, Dique Auxiliar da barragem 5 e as barragens Ipoema e Baixo João Pereira) e três no estado do Pará (Diques 2 e 3 Kalunga e barragem Pondes de Rejeitos). O cronograma completo pode ser visto em www.vale.com/esg.

Obras com segurança reforçada

Em todos os casos, a segurança para pessoas e meio ambiente recebeu atenção especial. A Vale também priorizou a contratação de moradores de cada localidade ou região para a execução do trabalho. No Dique Auxiliar da B5, foi construído um reforço, preventivamente, para dar mais segurança à estrutura durante o processo. A Vale também executou as atividades de escavação e movimentação dos cerca de 80 mil m³ de rejeitos no reservatório com equipamentos não tripulados, operados remotamente, para aumentar a segurança dos cerca de 190 trabalhadores que atuaram no local (entre diretos e terceirizados).

A estrutura não recebia rejeitos desde o ano 2000 e estava em nível de emergência 1 do Plano de Ação de Emergência de Barragens de Mineração (PAEBM).

Já a barragem Ipoema, deixou de operar em 2019. Ela continha cerca de 48 mil m³ de sedimentos, completamente retirados do reservatório e dispostos em área próxima à estrutura, conforme autorização prévia dos órgãos competentes, num trabalho que gerou cerca de 122 empregos.

No Dique 3, que já estava paralisado e não recebia mais aportes de rejeitos, o material (cerca de 900 mil m³) foi movimentado dentro do próprio Sistema Pontal, trabalho que envolveu em torno de 180 trabalhadores.

As obras são complexas, com soluções customizadas para cada estrutura e estão sendo realizadas de forma cautelosa, tendo como prioridade, sempre, a segurança das pessoas, a redução dos riscos e cuidados com o meio ambiente.

A barragem Ipoema e o Dique 3 do Sistema Pontal ainda receberão obras complementares, como a revegetação da área e drenagem. Com a conclusão dessas obras, a Vale eliminou cinco das 10 estruturas construídas pelo método a montante da empresa em Itabira.

As estruturas são objeto de avaliação por equipe técnica independente e integram

Termo de Compromisso assinado com os Ministérios Públicos Estadual e Federal, Fundação Estadual do Meio Ambiente (Feam) e Estado de Minas Gerais. A empresa seguirá agora com todo processo para avaliação e formalização da descaracterização pelos órgãos competentes.

Inovação para garantir segurança nas obras

O avanço da Vale no Programa de Descaracterização não acontece apenas no número de estruturas eliminadas. Dentro do compromisso de aumentar a segurança das pessoas, a empresa investiu em inovação, desenvolvendo uma tecnologia de operação remota.

Foram cerca de R$ 82 milhões aplicados em uma solução que permite trabalhar com equipamentos não tripulados, retirando os trabalhadores de áreas de risco em barragens que se encontram em nível crítico.

“É um trabalho pioneiro no mundo. E não servirá apenas para descaracterização de barragens. Poderemos usar essa tecnologia para outras atividades na operação, afastando riscos, reduzindo impactos e aumentando a segurança”, afirma o diretor de Descaracterização de Barragens e Projetos Geotécnicos da Vale, Carlos Miana.

A tecnologia já está em uso integralmente nas atividades de remoção dos rejeitos da barragem B3/B4, na Mina Mar Azul, em Nova Lima (MG), atualmente em nível de emergência 3. Os trabalhadores operam os equipamentos, como tratores, escavadeiras e caminhões, a partir do Centro de Operações Remotas, em Belo Horizonte, a cerca de 15 quilômetros da estrutura.

A solução está sendo expandida para obras de descaracterização em outras duas estruturas, também em nível 3 de emergência: Sul Superior, em Barão de Cocais (MG), e Forquilhas III, em Itabirito (MG). Para todas as três estruturas nessas condições, foram tomadas outras medidas de segurança, com estruturas de contenção de grande porte para proteger as comunidades que vivem próximas, seguindo as diretrizes dos órgãos competentes como parte das ações de redução de impactos em caso de eventual ruptura.

Fonte: Lance