Alta de 0,6% na comparação com janeiro faz varejo figurar 0,4% acima do patamar pré-pandemia, mostra IBGE
O volume de vendas do comércio varejista no Brasil cresceu 0,6% em fevereiro, na comparação com janeiro, de acordo com dados divulgados nesta terça-feira (13), pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística). O resultado positivo interrompe a sequência de duas quedas mensais consecutivas, período que acumulou perda de 6,3% para o setor.
De acordo com a PMC (Pesquisa Mensal de Comércio), a variação faz o varejo retomar ao patamar de setembro de 2020 e figurar 0,4% acima do nível pré-pandemia, em fevereiro de 2020.
Na comparação com janeiro de 2020, o comércio apresentou um recuo de 2,1%. Já no acumulado nos últimos 12 meses, a queda é de foi de 0,4%, dado que confirma a redução de ritmo do setor pelo quarto mês seguido.
Um dos setores mais afetados pelas medidas restritivas adotadas para conter a pandemia do novo coronavírus, o comércio conseguiu se recuperar dos tombos registrados em março e abril do ano passado. No entanto, o sinal positivo foi revertido em novembro e só voltou a aparecer em fevereiro.
“O rendimento médio das famílias de baixa renda chegou a aumentar 130% com o auxílio emergencial e, por isso, o período de maio e outubro foi muito bom para o comércio varejista, que chegou a atingir patamar 6,5% acima do período pré-pandemia”, explica Cristiano Santos, gerente da PMC. Segundo ele, a reversão da sequência positiva foi impactada pelo fim do benefício e o impacto causado pela inflação e o recrudescimento da pandemia.
Atividades
Entre os oito segmentos que fazem parte do indicador, quatro apresentaram desempenho positivo, com destaque para livros, jornais, revistas e papelaria (15,4%). No entanto, essa atividade teve queda de 41% se comparado ao volume de vendas de fevereiro de 2020.
Santos atribuiu o resultado positivo do segmento à volta das aulas. “No geral, a pandemia já vem provocando a necessidade de mudança do material didático para melhor adaptação ao ensino remoto, reduzindo, portanto, a necessidade de livros físicos e outros artigos de papelaria”, aponta o pesquisador.
As demais altas na passagem de janeiro para fevereiro de 2021 foram contabilizadas nas atividades de móveis e eletrodomésticos (+9,3%), tecidos, vestuário e calçados (+7,8%) e hipermercados, supermercados, produtos alimentícios, bebidas e fumo (+0,8%).
Por outro lado, os resultados negativos foram verificados nos ramos de artigos de uso pessoal e doméstico (-0,5%), combustíveis e lubrificantes (-0,4%), equipamentos e materiais para escritório, informática e comunicação (-0,4%) e artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria (-0,2%).
Fonte: R7