Medidas mais restritas serão aplicadas em escolas, bares, restaurantes e comércio

Entra em vigor, a partir desta segunda-feira (15), a nova matriz de risco do Estado, anunciada pelo governador Renato Casagrande. O mapa traz 17 cidades no risco alto de transmissão pelo novo coronavírus e 61 em risco moderado. As restrições em escolas, bares, restaurantes e comércio serão aplicadas.

Desta vez, nenhum município foi classificado em risco baixo. Na Grande Vitória, Vila Velha e Serra voltam para o risco alto de transmissão e novas restrições serão adotadas no comércio e nas atividades de lazer. Aulas presenciais também estão suspensas. Outra mudança é que a classificação vai valer por 14 dias.

Estão em risco alto os municípios de: Afonso Cláudio, Águia Branca, Aracruz, Barra de São Francisco, Boa Esperança, Brejetuba, Cachoeiro de Itapemirim, Ibatiba, João Neiva, Muqui, Pedro Canário, Piúma, Presidente Kennedy, Santa Teresa, Serra, Vila Pavão e Vila Velha. Todos os demais estão na classificação de moderado.

O que muda nos municípios classificados em risco alto:

Escolas: Todas as atividades de ensino presenciais, das redes pública e privada estão suspensas.

Comércio e shoppings: O funcionamento de estabelecimentos comerciais, galerias, shoppings, polo de lojas está permitido de segunda à sexta-feira até as 20h, e aos sábados até as 16h.

Restaurantes, distribuidoras de bebidas e lojas de conveniência: podem abrir de segunda à sexta até as 16h. Mas o consumo presencial de bebidas alcóolicas nas distribuidoras e conveniências está proibido

Bares: Fica proibido o funcionamento de bares enquanto o município estiver em risco alto.

Academias: Estão vedadas atividades em grupo, como as aeróbicas. Também será obrigatória a limitação de alunos. Espaços com área igual ou superior a 75m² devem respeitar o limite de até 5 alunos por horário de agendamento.

O que pode funcionar

Funcionam sem nenhum tipo de restrição os estabelecimentos considerados essenciais. São eles: farmácias, comércio atacadista, distribuidora de gás de cozinha e água, supermercados, minimercados, hortifrutis, padarias, lojas de produtos alimentícios, lojas de cuidados animais e insumos agrícolas, distribuidoras de bebidas, postos de combustíveis, borracharias, oficinas de reparação de veículos automotores e bicicletas, estabelecimentos de venda de materiais hospitalares, casas lotéricas e bancos.

Outras medidas

No âmbito social, ficam suspensas as realizações de eventos corporativos, acadêmicos, técnicos e científicos. A visitação à unidades de conservação ambiental e o funcionamento de parques municipais também está suspensa.

Já o funcionamento de cinemas, teatros, circos, espaços de lazer e recreação infantil, parques de diversões e similares, está proibido. Além disso, eventos sociais como casamentos, aniversários, e confraternizações também estão suspensos.

Comércio

O presidente da Federação do Comércio de Bens, Serviços e Turismo do Estado do Espírito Santo (Fecomércio), José Lino Sepulcri, avalia que as restrições não impactarão as atividades, como ocorreu no ano passado.

“O governador foi generoso com o comércio, pois os horários recomendados, mesmo considerando as cidades de risco alto, não irão prejudicar o funcionamento das lojas e elas não terão alterações”, ponderou.

Sepulcri esperava maior rigor, o que não se confirmou. “Acreditamos que temos um crédito de confiança com o Estado, pois nós nos adequamos ao que foi exigido como segurança sanitária para garantir o funcionamento das lojas de rua, além de uma ampla campanha de conscientização com lojistas, fornecedores e clientes”, comenta.

A Fecomércio contabiliza que, de março a julho de 2020, quando os estabelecimentos, obrigatoriamente, funcionavam das 10h às 16h, a atividade deixou de faturar cerca de R$ 30 milhões.

Escolas

O presidente do Sindicato das Empresas Particulares de Ensino do Espírito Santo (Sinepe/ES), Moacir Lellis, destaca que o sindicato estava trabalhando para que as instituições de ensino fossem consideradas atividade essencial, mas como não foi possível, as novas medidas serão seguidas.

“Uma das coisas que o Sinepe trabalhou é para que a escola fosse considerada atividade essencial, mas não conseguimos. Se fosse considerado, não teríamos que acompanhar esse mapa de risco. Agora foi Serra e Vila Velha, mas não sabemos como será o próximo”, afirma.

“Pelas regras, o município considerado risco alto, vai ter que atender o decreto do governador e as escolas não podem ter aulas presenciais. Tem mães, pais, querendo saber o que vão fazer com os filhos na segunda-feira. Os pais que trabalham, que têm atividade, como vão fazer com os filhos?”, conclui Lellis.

Shoppings

Cinco shoppings na Grande Vitória serão afetados com as novas restrições. O coordenador estadual da Associação Brasileira de Shoppings Centers (Abrasce), Raphael Brotto, afirma que os shoppings continuarão a seguir todos os protocolos sanitários combinados com o governo do Estado.

“Também continuaremos a respeitar o novo decreto que classifica os municípios em risco alto”, garantiu. Ele frisou que a associação “lamenta que se chegue a esse ponto depois de um ano de início de pandemia”.

A Abrasce contabiliza que cerca de mil lojas sejam afetadas com a inclusão de Vila Velha e Serra no risco alto. Juntas, possuem cinco shopping centers. A entidade espera que o cenário de 2020, quando os empreendimentos comerciais ficaram 74 dias fechados, não se repita.

Fonte: Folha Vitória